Fala aí turma e queridos casais! Léo Celebrante aqui, e hoje vamos bater um papo sobre um dos temas mais comentados (e polêmicos) no universo do planejamento de casamentos: a escolha de um amigo para celebrar a cerimônia.
A ideia, vamos combinar, na minha opinião é linda. Ter ali no altar, conduzindo um dos momentos mais importantes da sua vida, alguém que conhece sua história, que torceu por vocês, que talvez até tenha sido o cupido… parece o roteiro de um filme, não é? É legítimo, é digno e, acima de tudo, é uma escolha muito pessoal para uma cerimônia de casamento com mais significado.
Mas, como em tudo na vida, existe o roteiro do filme e existem os bastidores. E é sobre os bastidores dessa escolha e os possíveis problemas que quero conversar hoje. E para isso, deixa eu contar uma história real que vivi recentemente aqui, enquanto “Enfim, o Sim – Léo Celebrante”.

O Início: Um Plano Perfeito
Fui contratado por um casal incrível com um ano e nove meses de antecedência (aliás, fica a dica: o tempo é seu melhor amigo no planejamento! Mas isso é papo para outro texto, rsrs). Eles queriam exatamente o que eu amo entregar: uma cerimônia de casamento personalizada, dinâmica, divertida e, claro, emocionante “por natureza”.
Eles já eram casados no civil, tinham uma filha linda e carregavam aquele sentimento gostoso de “agora vamos fazer a festa dos nossos sonhos”. Eu logo disse: “Então me acharam!”. Apresentei meu método, mostrei como poderíamos construir um roteiro de cerimônia único e eles toparam. Contrato assinado, tudo certo.
Só que, em um ano e nove meses, muita coisa acontece, não é mesmo? No meio do caminho, o casal se batizou e mergulhou de cabeça em uma nova jornada de fé.
A Mudança de Rota e a Minha Visão 360
Chegando perto da data, naquela nossa reunião de alinhamento – a hora que eu digo que “o coração está mais quentinho” –, eles me contaram a novidade e, com um certo receio, perguntaram: “Léo, agora temos um amigo da igreja que gostaríamos que participasse da celebração do nosso casamento. Tudo bem para você?”.
Minha resposta imediata? “Claro que sim!”. Meu trabalho como celebrante profissional é personalizar, é realizar o sonho de vocês. Se ter essa pessoa é importante, ela fará parte. Meu método existe para garantir a excelência, mas ele é flexível para abraçar o que faz sentido para o casal.
Mas foi nesse momento que a minha “anteninha de celebrante” ligou. E é aqui que eu pauso a história para fazer uma reflexão com vocês.
O Dilema do Amigo Celebrante: O Que Considerar?
Quando um casal decide que um amigo vai celebrar o casamento, a primeira coisa que me vem à mente é: que legal! Mas logo em seguida, como profissional com uma visão 360 do evento, eu começo a me perguntar:
- Ele realmente quer essa responsabilidade? Muitas vezes, o amigo aceita por pura e espontânea pressão kkkk. Ele se sente incapaz de negar um pedido tão importante e acaba sofrendo em silêncio com a responsabilidade de conduzir a cerimônia.
- Ele está preparado para ser o celebrante? Conduzir uma cerimônia de casamento não é só contar uma história. Envolve técnicas de comunicação, preparo emocional, ritmo, cadência e coerência. É preciso saber o que dizer e, principalmente, o que não dizer. Como diriam os mais antigos, “tem coisa que não se diz né meu filho”.
- Ele conhece os bastidores de um evento? Uma cerimônia simbólica tem protocolos, mesmo que disfarçados de leveza. O celebrante atua como um maestro, alinhado com a assessoria, o DJ, os fotógrafos… pelo menos eu, faço isso rsrsr. Se o amigo celebrante não tem essa experiência, a orquestra pode desafinar, comprometendo o trabalho de toda uma equipe.
Já ouvi inúmeras histórias de “meu amigo teve um problema e não vai mais poder” ou de gafes que geraram um climão. Lembro até de um rapaz que me procurou querendo dicas para celebrar o casamento do melhor amigo. Ele tinha aceitado sem jeito e estava em pânico. No fim, depois de entender a complexidade, ele decidiu me contratar e dar a minha celebração de presente ao casal. Foi lindo! Eu celebrei e, num momento estratégico, chamei ele para conduzir uma parte, atendendo ao desejo do casal. Demos um jeito de atender aos anseios, agregar valor e manter a excelência na entrega.

O Desfecho: Emoção, Aprendizado e um Cronômetro
Mas vamos voltar à nossa história, que, eu prometo, tem um final feliz!
Conheci o tal amigo. Um rapaz super acessível e gente boa (o que, confesso, nem sempre acontece). Expliquei a dinâmica, acolhi e me coloquei como um facilitador. O combinado era que ele teria 10 minutos para sua palavra. Perto da hora, ele me disse: “Acho que vou precisar de 15”. Eu, tranquilo: “Sem problemas, eu adapto o meu roteiro de cerimônia“.
Criei um “bloco” na cerimônia chamado “Momento de Fé”, chamei-o ao “altar” e ele assumiu a condução, conforme combinamos.
E, turma… foi lindo! De verdade. Me emocionou.
Ele estava preparadíssimo: tinha anotações, um discurso de casamento bem escrito, além de marcações de páginas na Bíblia, uma fala envolvente e um ritmo excelente. Ele sabia o que estava fazendo e conseguiu prender a atenção de todos. Foi um sucesso.
O único “porém”? O tempo. Os 15 minutos viraram quase 30.
Com a experiência, eu comecei a sentir a inquietação nos convidados, a observar os olhares… é algo sutil. Consegui conduzir o restante da cerimônia de forma mais ágil para não estourar demais o cronograma, mas o tempo se estendeu. (Que Deus me mantenha com essa sensibilidade apurada enquanto eu celebrar, amém! rsrs).
Afinal, vale a pena chamar um amigo para celebrar o casamento?
Este casal logrou êxito. A escolha deles, somada à minha flexibilidade e à preparação do amigo, funcionou. Mas o resultado nem sempre é assim.
A provocação que eu quero deixar é: pensem com consciência. A decisão sobre quem vai celebrar seu casamento precisa considerar os seus anseios, a situação REAL do seu amigo (ele quer? ele consegue?) e o impacto no trabalho de todos os fornecedores de casamento.
Ter um amigo no altar é maravilhoso, mas talvez o melhor papel para ele seja o de padrinho, onde ele pode chorar, rir e te abraçar sem a pressão de ser o maestro da orquestra. Ou, quem sabe, fazer como naquele caso que contei: contratar um celebrante profissional que saiba como integrar seu amigo de forma emocionante e estratégica, sem colocar todo o peso do mundo nos ombros dele.
Pensem nisso com carinho. Afinal, o mais importante é que o “Enfim, o Sim” de vocês seja leve, verdadeiro e inesquecível para todos.
Vamos falar mais sobre esse tema? Me chame agora, adorar bater esse papo com você.